Crepúsculo

Eu adoro essa hora no fim de tarde, quando o sol vai se pondo no horizonte, os passarinhos vão se recolhendo, tudo vai ficando mais tranquilo. Aqui no mato, a gente pode até entender porque os gregos chamaram o sol de carro de Apolo. Apolo era um Deus maravilhoso que dirigia o carro Dourado do Sol. Eu me encanto com isso tudo e é a hora que eu mais gosto do dia, quando acabei meu trabalho e posso ficar tranquila. Sento aqui na varanda e fico vendo as coisas acontecerem devagarinho e é muito bom.

Tem gente que não gosta dessa hora, que sente tristeza e aí fecha até as cortinas, toldos, o que puder para não enxergar o pôr do sol. Eu trabalhei o dia todo e então estou bem tranquila nessa hora, me permitindo ver esse fim de tarde com esse sol maravilhoso, os raiozinhos de sol batendo nos topos das árvores e a natureza sossegando, adormecendo.

Antigamente eu não fazia isso, não tinha tempo e nem paciência, e na cidade a gente não enxerga essas coisas bonitas todas. Às vezes, em alguns dias, bate a saudade porque a gente era mais jovem e em muitos fins de tarde e muitos fins de semana era hora de ir se preparando para bailinhos, para sair, para encontrar amigos. Hoje as coisas são mais mansas, mais devagar, um outro período, um outro estágio na vida da gente, mas tudo bem, também é muito agradável.

Sempre na varanda, gosto de conversar com Deus e agradecer. Esse momento de introspecção e paz traz uma sensação profunda de serenidade e propósito. Tenho pensado em registrar esses momentos de alguma forma, como descrevendo num livro ou tirando fotos do pôr do sol. Pode ser uma maneira bonita de guardar essas memórias e refletir sobre elas no futuro.